sábado, 12 de maio de 2012

Manifesto Aberto dos Indignados Lisboa

Manifesto

Manifesto Aberto dos Indignados Lisboa

Somos pessoas comuns. Pessoas com deveres , direitos e responsabilidades. Pessoas que se levantam todas as manhãs para estudar, trabalhar ou procurar emprego. Pessoas que têm família e contas para pagar. Pessoas que trabalham arduamente para proporcionar um futuro melhor àqueles que os rodeiam.
Este é um movimento aberto, apartidário e não-violento , com uma estrutura horizontal sem líderes. Condenamos de forma clara o sistema político, económico e social. Recusamo-nos a ser escravos e reféns de uma classe política privilegiada e corrupta, de um sistema eleitoral fechado às pessoas, e de uma economia de mercado sem regras nem ética, que a todos nos deixa indefesos e sem voz.
Defendemos uma democracia verdadeira assente nos seguintes princípios e normas de funcionamento:
1. Estabelecimento gradual de uma democracia participativa em quesejam as pessoas a tomar as decisões relevantes para si próprias.
2. Reforma da lei eleitoral de modo a que:
  • O voto de todos os portugueses tenha o mesmo valor e representatividade.
  • As eleições não sejam um exclusivo de partidos mas permitam candidaturas de cidadãos e colectivos.
  • Os mandatos sejam revogáveis, o programa eleitoral seja vinculativo e a sua alteração só possa ocorrer mediante referendo.
3. Fim dos privilégios da classe política (reformas, imunidades, etc). Rigor nas incompatibilidades no exercício de cargos públicos e moldura penal agravada para os crimes cometidos no desempenho destas funções.
4. Transparência em todos os actos do Estado e acesso dos cidadãos a toda a documentação sobre contratos, receitas e despesas públicas.
5. Acabar com as práticas públicas de favorecimento dos interesses privados que atravessam o Estado. Regulação efectiva das entidades financeiras (banca, seguradoras, etc), de forma a evitar a especulação dos mercados.
A responsabilidade de refundar a democracia, de construir um mundo diferente, mais justo, mais solidário, recai sobre todos nós. Juntos em Portugal, unidos a todos os que no mundo resistem e se revoltam, devemos lutar por resgatar aquilo que quase já se perdeu – a dignidade humana.
O futuro é de todos nós: dos nossos avós, dos nossos pais, e sobretudo dos nossos filhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário